O Ministro da Economia, Paulo Guedes, é um profissional de alto nível, bem articulado, PHD em Economia e não precisa de minha defesa. Mas, na última semana ele deu uma declaração chamando os servidores públicos de “parasitas” e está sendo rechaçado por sua fala.
O que me credencia para corroborar o que Guedes disse é que trabalhei por 5 (cinco) anos no setor público e conheci a fundo como o sistema funciona. A Administração Pública no Brasil possui uma cultura de ineficiência em suas entranhas.
Fui responsável pela prestação de Contas de Obras Públicas no Município em que atuei. Eu precisava lidar com Servidores Estaduais e Federais devido aos convênios que esses entes tinham com o Governo Municipal.
A burocracia amarra o serviço público. Os fiscais desses convênios estavam mais preocupados com um rabisco no papel do que com as Obras de fato. Aliás, a maioria das Obras não tinham fiscalização in loco e toda prestação de contas era feita somente preenchendo inúmeros papéis.
Claro que nem todos os servidores são parasitas. Eu conheci uma minoria que trabalha e que carrega todo um setor nas costas. Os departamentos que funcionam tem meia dúzia de funcionários que se dedicam.
Mas, a burocracia é tão grande e todos os setores são tão arraigados, que um procedimento que poderia durar alguns dias, demora meses e precisa do carimbo de muita gente.
Guedes está correto quanto a estabilidade. Vi muitos servidores não fazerem nada. Fiz parte de uma Comissão de Avaliação de Desempenho e analisei dezenas de casos em que os funcionários não apenas não exerciam o que deveria, como nos enfrentava com arrogância e presunção sobre o argumento de que não poderiam ser mandados embora.
Mas a legislação permite a demissão. O problema é que os sistemas de avaliação são tão ruins que não conseguem desenvolver todo processo necessário para provar que o servidor não faz o que deveria.
Se o Governo não alterar a legislação retirando a estabilidade, os altos salários e desburocratizando os processos, o Brasil não sairá dos trilhos que está.
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