É previsível que, tal como na maior parte das economias do mundo, o produto interno bruto nacional seja bastante afetado por esta crise que está a ser provocada pela pandemia do coronavírus. Um possível consenso entre analistas estaria à volta de uma contração anual da economia por volta dos 3% do PIB e um consequente aumento do desemprego para cerca de 10% e toda a força de trabalho portuguesa.

Partindo do princípio que uma vacina chegará em meados do ano de 2021, a recuperação da economia no presente ano depende em muito da existência de novas vagas do surto epidémico. A própria Direção Geral da Saúde (DGS) já referiu que é muito provável que se volte a experienciar um aumento da taxa de crescimento do número de casos afetados ao ponto a que exista um retrocesso do alívio das medidas de contenção.

A indeterminação relativamente à propagação do vírus revela-se numa incerteza na economia. Apesar de não se esperar uma recessão tão profunda como aquela que se viveu na crise da divida soberana de 2010 (resultante também de uma diferente abordagem realizada pelos governos e instituições internacionais), o aumento do desemprego e o contido consumo que são esperados nos próximos meses irão ter um impacto significativo de curto-prazo. Também as expectativas relativamente ao futuro afetam também o investimento e o potencial crescimento de várias variáveis económicas. Uma vez que não é expectável que a disseminação do vírus e o retirar das atuais medidas de contenção tenham a forma de um “V” invertido, também é provável que a própria economia demore o seu tempo a recuperar – onde uma total recuperação dos atuais níveis dos principais indicadores económicos seja atingida num período de três anos.
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