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Dólar sobe com dados e tarifas dos EUA em foco; Ibovespa avança

RefinitivBacaan 9 minit

O dólar subia ante o real nesta quarta-feira, enquanto o Ibovespa avançava, à medida que os investidores analisavam dados econômicos e aguardavam mais detalhes sobre os planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deve anunciar nova rodada de taxas na próxima semana.

Na cena doméstica, o Banco Central informou mais cedo que o Brasil teve em fevereiro uma entrada de investimentos estrangeiros diretos bem acima do esperado por analistas, enquanto o déficit em transações correntes do país registrou alta.

O foco também estava no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse em viagem a Tóquio que espera o início de negociações por um acordo comercial entre Mercosul e Japão já no próximo semestre.

Os mercados globais, por sua vez, tinham no radar as expectativas pelo anúncio, por Trump, de uma série de tarifas recíprocas em 2 de abril, como resposta a barreiras impostas por outros países a produtos norte-americanos.

Na mais recente notícia sobre o tema, o vice-premiê da China, He Lifeng, expressou "preocupações solenes" com as tarifas e as taxas "recíprocas" planejadas pelos EUA em uma chamada de vídeo com o representante comercial norte-americano, Jamieson Greer, segundo a agência de notícias chinesa Xinhua.

Veja como estavam os principais mercados financeiros por volta das 12h25 desta quarta-feira:

CÂMBIO

O dólar à vista subia ante o real nesta quarta-feira, à medida que investidores demonstravam um pouco de aversão ao risco enquanto seguem aguardando detalhes sobre os planos tarifários dos Estados Unidos para a próxima semana.

Apesar da semana com uma agenda significativa de dados no exterior, os mercados globais têm focado suas atenções nas expectativas para o dia 2 de abril, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, pretende anunciar uma série de tarifas recíprocas, como já indicado anteriormente.

Investidores, analistas, empresários e consumidores temem que as medidas tarifárias possam acelerar a inflação de uma gama de produtos e provocar uma recessão na maior economia do mundo, que já vem mostrando indícios de desaceleração nas últimas semanas.

Diante da incerteza, os agentes financeiros têm preferido segurar apostas acentuadas para qualquer direção, o que justificava a pouca volatilidade nesta sessão tanto no exterior quanto no Brasil.

Nos últimos dias, houve algum alívio nos mercados no tema das medidas comerciais, com autoridades do governo afirmando que Trump deve adiar a implementação de tarifas sobre setores específicos para além de 2 de abril.

O próprio presidente dos EUA também disse que alguns países podem receber "descontos" nas taxas a serem aplicadas na próxima semana.

"Poucos detalhes foram fornecidos pela administração sobre como pretendem implementar o plano de tarifas recíprocas, mantendo um elevado nível de incerteza... Caso o governo opte por aplicar tarifas apenas sobre produtos e países com altos diferenciais tarifários, o impacto sobre a economia americana seria mais limitado", disseram analistas do BTG Pactual em relatório.

Enquanto isso, as expectativas de consumidores seguem se deteriorando. Relatório do Conference Board mostrou na terça que seu índice de confiança do consumidor caiu pelo quarto mês consecutivo em março e de forma mais acentuada que projeção em pesquisa da Reuters.

A preocupação de economistas é que o pessimismo dos consumidores possa refletir na economia real em breve, com queda do consumo e dos investimentos nos EUA, o que poderia contribuir para uma recessão.

Na cena doméstica, o mercado segue atento à trajetória da inflação brasileira e a consequente resposta do Banco Central, que divulgou a ata de sua mais recente reunião de política monetária na véspera.

Na semana passada, o BC voltou a elevar a Selic em 1 ponto percentual, a 14,25% ao ano, sinalizando um novo aumento de menor magnitude no próximo encontro, em maio. Para os encontros seguintes, os membros apontam que a incerteza elevada não permite uma orientação clara.

O contínuo aumento da Selic tem como resultado ampliação do diferencial de juros entre o Brasil e outros países, o que tende a ser positivo para o real devido à atração de investidores estrangeiros.

. Dólar/Real (BRBY): +0,49%, a R$5,7361 na venda;

. Euro/Dólar EURUSD: -0,09%, a US$1,0783;

. Dólar/Cesta de moedas DXY: +0,14%, a 104,370 pontos.

IBOVESPA

O Ibovespa avançava nesta quarta-feira, aproximando-se dos 133 mil pontos no melhor momento, com petrolíferas entre os principais suportes em meio à alta de preços do petróleo no exterior, enquanto JBS recuava em meio à repercussão do balanço do último trimestre do ano passado.

Na visão da equipe da Ágora Investimentos, persiste a incerteza sobre quais serão as próximas políticas anunciadas ou adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o que continua deixando os ânimos aflorados entre os investidores.

"Essa falta de fôlego no exterior pode limitar a disposição ao risco por aqui também, embora o desempenho entre as principais commodities possa servir como um anteparo para os ativos locais", ponderou em relatório enviado a clientes.

DESTAQUES

- BRAVA ENERGIA ON BRAV3 valorizava-se, engatando a quinta sessão seguida de alta, endossada pelo avanço do petróleo no exterior. A petrolífera também disse que recebeu notificação da gestora BTG Pactual WM sobre aquisição de ações, afirmando que atingiu aproximadamente 5,23% na empresa.

- PETROBRAS PN PETR3 avançava, acompanhando a alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent BRN1! subia. No setor, PRIO ON PRIO3 ganhava e PETRORECONCAVO ON RECV3 registrava elevação.

- VALE ON (VALE32.SA) tinha acréscimo, tendo como pano de fundo fechamento positivo dos futuros do minério de ferro na China, sustentados pela demanda sazonal pela commodity, embora cortes de produção por parte de algumas siderúrgicas chinesas tenham limitado novos ganhos.

- LOCALIZA ON RENT3 subia, no segundo pregão seguido de alta. Na véspera, a Abla, associação que representa locadoras de veículos do Brasil, afirmou que o setor não deve elevar as compras de carros novos este ano. MOVIDA ON MOVI3, que não está no Ibovespa, ganhava.

- AUTOMOB ON AMOB3 caía, tendo no radar proposta aprovada pelo conselho de administração para grupamento de ações na proporção de 50 por 1. Na véspera, as ações fecharam a R$0,27. A proposta será votada em assembleia de acionistas convocada para 25 de abril.

- JBS ON (JBSS3.SA) recuava, revertendo a alta da abertura, no primeiro pregão após mostrar resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado de R$10,79 bilhões nos últimos três meses do ano passado, alta de 111,4% ano a ano. A JBS se mostrou otimista apesar de cenário desafiador para carne bovina nos EUA.

- ITAÚ UNIBANCO PN ITUB3 cedia, destoando da tendência positiva entre os bancos do Ibovespa. BRADESCO PN BBDC3 avançava, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT SANB3 ganhava e BANCO DO BRASIL ON BBAS3 subia. BTG PACTUAL UNIT BPAC3 tinha acréscimo.

- SÃO MARTINHO ON SMTO3 subia após quatro quedas seguidas. A companhia divulgou mais cedo que um incêndio que atingiu no domingo uma caldeira dentro do parque industrial da usina Iracema pode reduzir a capacidade diária de produção em até 30% da instalação. Na segunda-feira, a ação havia caído 3,7%.

. Ibovespa IIBOV: +0,36%, a 132.545,74 pontos;

. Índice dos principais ADRs brasileiros (.BR20): -0,32%, a 17.264,74 pontos.

BOLSAS DOS EUA

O índice de referência S&P 500 e o Nasdaq caíam nesta quarta-feira, com os investidores exercendo cautela enquanto aguardam dados econômicos e clareza sobre as novas tarifas dos Estados Unidos que devem entrar em vigor na próxima semana.

O mercado acionário norte-americano teve um breve alívio nas duas últimas sessões, após a indicação do presidente dos EUA, Donald Trump, de que nem todas as tarifas ser]ao aplicadas até o prazo final de 2 de abril, com alguns países podendo receber isenções - embora os detalhes permaneçam indefinidos.

Isso deu uma aparência de estabilidade a Wall Street, com os três principais índices atingindo máximas de duas semanas nesta semana. O S&P subiu mais de 4% desde suas mínimas de meados de março, enquanto o Nasdaq avançou cerca de 6%.

No entanto, a ambiguidade em torno da magnitude das tarifas dos EUA, a probabilidade de medidas retaliatórias por parte dos parceiros comerciais e as possíveis repercussões sobre a economia global e as empresas mantinham os investidores vigilantes.

"O mercado agora está em espera. (A postura mais branda de Trump em relação às tarifas) parece ter dado um alívio temporário", disse Peter Cardillo, economista-chefe de mercado da Spartan Capital Securities.

O foco principal desta semana será o índice de preços PCE - o indicador de inflação preferido do Federal Reserve - que será divulgado na sexta-feira.

As preocupações com a inflação levaram a confiança do consumidor ao seu nível mais baixo em mais de quatro anos, enquanto analistas disseram que uma queda prolongada na atividade de negociação provavelmente provocará uma onda de cortes de pessoal em Wall Street.

. Dow Jones DJI: +0,13%, a 42.644,14 pontos;

. Standard & Poor's 500 SPX: -0,50%, a 5.747,68 pontos;

. Nasdaq IXIC: -1,16%, a 18.059,13 pontos.

BOLSAS DA EUROPA

O índice pan-europeu STOXX 600 SXXP tinha queda de 0,33%, a 550,78 pontos.

Em LONDRES, o índice Financial Times CURRENCYCOM:UK100 avançava 0,54%, a 8.710,54 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX DAX caía 0,58%, a 22.974,82 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 PX1 perdia 0,47%, a 8.070,19 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib FTSEMIB tinha desvalorização de 0,26%, a 39.282,97 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 IBC registrava baixa de 0,24%, a 13.451,60 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 PPSI20 valorizava-se 0,63%, a 6.875,27 pontos.

JURO

Mês

Ticker

Taxa (% a.a.)

Ajuste anterior (% a.a.)

Variação (p.p.)

JAN/26

(DIJF26)

15,125

15,117

0,008

JAN/27

(DIJF27)

15,095

15,031

0,064

JAN/28

(DIJF28)

14,915

14,802

0,113

JAN/29

(DIJF29)

14,885

14,739

0,146

JAN/31

(DIJF31)

14,96

14,815

0,145

JAN/33

(DIJF33)

14,95

14,804

0,146

DÍVIDA

Treasuries de 10 anos US10Y: rendimento em alta a 4,3538%, ante 4,308% no pregão anterior;

PETRÓLEO

. Nymex - CL1!: +1,51%, a 70,04 dólares por barril;

. ICE Futures Europe - Brent BRN1!: +1,34%, a 74 dólares por barril.

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